Com o seu chicote, o vento
Quebra o espelho do lago
Em mim, foi mais violento o estrago
Porque o vento, ao passar
Murmurava o teu nome
Depois de o murmurar, deixou-me
Tão rápido passou
Nem soube destruir-me
As mágoas em que sou tão firme
Mas a sua passagem
Em vidro recortava
No lago a minha imagem de escrava
Ó líquido cristal dos meus olhos sem ti
Em vão um vendaval pedi
Para que se quebrasse
O espelho que me enluta
E me ficasse a face enxuta
Ai, meus olhos sem ti...
Em mim, foi mais violento, o vento!