[Verso 1]
Num certo dia nebuloso um pouco chuvoso e frio
Me encontrei preguiçoso vendo um vídeo com poucos views
Na pele arrepio, bem nervoso, aprecio
Curioso pra ver um final que ainda ninguém viu
A lágrima que escorre dos meus olhos sem que eu mande
Seco com a manga da camisa com restos de pão
O roteirista que não alisa com o suspense que é grande
E antes do fim algo forte tocou meu coração
Num instante percebi que era a minha história
Não era Netflix, já era six aquela hora
Ora, vi minha vida toda e tudo que joguei fora
Não fui uma pessoa amável à toa até agora
Vou pro espelho, vejo quem só eu conheço
Meço a luz pra selfie, me deparo com esse tio
Quando percebo a lata que é capa eu desço
Já tá na hora de partir desse mundo hostil
[Refrão]
Desce como um vaso velho e quebrado
Sobe como um vaso novo
Desce como um vaso velho e quebrado
Sobe como um vaso novo
Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia
[Verso 2]
Peço pra quem achar esses escritos espalhem
Os que me conhecem sabem muito bem
Que desse jeito que tá, não dá e se pá
Já já vou me encontrar em águas puras, amém
Desisto dessa vida, deixa quieto me entrego
Convém que eu diminua, trate mate meu ego
Vivendo cego e surdo, mais falante que tudo
Só tinha ouvidos pro mundo, tá certo eu fui um prego
E assim que eu me acho hoje, sem máscaras
Tô a fim de nascer de novo, e quem viver verás
E pra que isso aconteça, esse aqui hoje morrerás
E antes que alguém perceba, esse aqui, aqui jaz
Peço um minuto de silêncio em respeito e paz
Tô indo pra não voltar mais a viver assim
Me sinto bem melhor com essa decisão voraz
Me traz a bata branca, é o inicio ou fim?
[Refrão]
Desce como um vaso velho e quebrado
Sobe como um vaso novo
Desce como um vaso velho e quebrado
Sobe como um vaso novo
Aleluia, aleluia
Aleluia, aleluia