Tu que passas por mim tão indiferente
No teu correr vazio de sentido
Na memória que sobes lentamente
Do mar para a nascente
És o curso do tempo já vivido
Por isso, à tua beira se demora
Aquele que a saudade ainda trespassa
Repetindo a lição, que não decora
De ser, aqui e agora
Só um homem a olhar para o que passa
Não, Tejo
Não és tu que em mim te vês
- Sou eu que em ti me vejo!
Tejo desta canção, que o teu correr
Não seja o meu pretexto de saudade
Saudades tenho sim, mas de perder
Sem as poder deter
As águas vivas da realidade!
Não, Tejo
Não és tu que em mim te vês
- Sou eu que em ti me vejo!