Axé pra quem é de axé
Pra chegar bem vilão
Independente da sua fé
Música é nossa religião
Ok, ok, ok, ok, Jow, seja forte
É nossa cara fazer a vida ser certa mais que a morte
Eu me refaço após cada passo, igual reflexo nas poças
Mandinga, coisa nossa
Eles não vão entender o que são riscos
E nem que nossos livros de história foram discos
Bamba, bamba, um bom samba, alguns petiscos
Ki-Suco rende dois litros, melhor que Frisco
Faz de conta que os racistas não perde a linha
Quando ergo a mão da filha dele sem armas nas minhas
Ruivas, morenas, pretas, divas, loirinhas
Doidas pra curtir quermesse de quebradinha
Onde um DJ comanda e manda, sabe o que faz
MCs são griozo, o mic é pros capaz
Toca um "Ré laifai for roc
Dérelai for roc, for roc"
E quebra tudo em paz, ou mais, arrepia agora
A África está nas crianças, e o mundo?
O mundo está por fora
Saravá Ogum, saravá Xangô, saravá
Saravá vovó, saravá vovô, saravá
Saravá mamãe, saravá papai, ô
De pele ou digital, tanto faz é tambô
Eu meto essa memo, eu posso
E tô pra ver, algo valer mais que um sorriso nosso
Graças ao quê? Graças aos raps
Hoje eu ligo mais quebradas do que o Google Maps
Então respeite meus cabelos crespos, Ok? Ok?
Pronto, falei
Axé pra quem é de axé
Pra chegar bem vilão
Independente da sua fé
Música é nossa religião
Mas fique esperto porque sonho é planejamento, investimento, meta
Tem que ter pensamento, estratégia, tática
Eu digo que sou sonhador, mas sonhador na prática
Tô ligado que a vida bate, tô ligado quanto ela dói
Mas com a palavra me ergo e permaneço, porque a rua é nóiz
Portanto, meu irmão, preste atenção no que vende o rádio, o jornal, a televisão
Você quer o vinho, eles encarecem a rolha
Deixa de ser bolha e abre o olho pra situação
A palavra é a escolha, a escolha é a palavra, meu irmão
Se liga aqui, são palavras de um homem preto, samurai, brasileiro, cafuzo, versador
Com tambor de ideias pra disparar
Não são palavras de otário, já te falei, escreve aí no seu diário:
Se eu sou dono do mundo, é porque é do sonho que eu sou milionário!