[Intro]
Olha só, doutor
Saca só que genial
Sabe a minha identidade?
Nada ver com genital
[Verso]
Estou procurando, estou tentando entender
O que é que tem em mim que tanto incomoda você
Se a sobrancelha, o peito, a barba, o quadril sujeito
O joelho ralado apoiado no azulejo
Que deixa na boca o gosto, beijo, saliva, desejo
Segue em passos certos escritos em linhas tortas
Dentro de armários suados, no cio de seu desespero
Um olho no peixe outro no gato, trancados arranham portas
Com todos seus pensamentos com tantas ideias tortas
Já caíram de maduro, já nasceram todas mortas
[Ponte]
Eu vou te confessar que às vezes nem eu me aguento
Pra ser tão transviada assim
Precisa ter muito, muito, muito, muito, muito
Mas muito talento
[Saída]
Ser bicha, trava, sapatão, trans, bissexual, é também poder resistir