[Verso 1]
Uma garrafa de amoníaco
Ou comprada a um Austríaco
Eu sou maníaco
Duas gramas eu bato, um batimento cardíaco
Traçado com ópio, gramas de sódio
Eu fico sóbrio e os ponteiros encravam no relógio
Secam narinas, lubrificam vaginas
Não imaginas quantos narizes as tuas notas já viram
A pupila dilata e o fumo na prata afasta
Pensamentos que a vida é madrasta
E dá-me tempo, amor e saúde
E dá-me tempo, porque amor e saúde
Eu substituo por mais tempo
Eu fujo à realidade, a respiração me falha
Procuro uma mortalha
Sinto-me no fio da navalha
Queimo por dentro e ardo como amor cego
Eu sinto que não sinto mas não cedo tão cedo
Até porque tenho de escrever as minhas últimas rimas
Mas se tiver de hoje, mano
Eu nem tenho medo
[Refrão]
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só faltam duas horas para acabar o mundo
E eu explodo
Neste quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consigo deixar nada no papel
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só faltam duas horas para acabar o mundo
E eu explodo
Neste quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consigo deixar nada no papel
[Verso 2]
Uma e trinta, entro nas urgências
Macas, sangue, sem cerimónia nem importância
Sou mais um corpo fraco a caminho de morto
Por culpa do outro que mostrou o meu produto
Mas o mundo é meu
Eu quero a terra, não o céu
Porque agora dá-me jeito soro
Se não demoro a ganhar forças
E os corredores ficam a parecer o caminho da forca
Eu vou à faca
Tenho a bateria fraca
Saio do corpo e vejo-me deitado na maca
Eu perco-me em sonhos, pesadelos medonhos
Respiro fundo e fecho os olhos
[Refrão]
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só falta uma hora para acabar o mundo
E eu explodo
Neste quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consigo deixar nada no papel
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só falta uma hora para acabar o mundo
E eu explodo
Neste quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consigo deixar nada no papel
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só falta uma hora para acabar o mundo
E eu explodo
Neste quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consigo deixar nada no papel
[Verso 3]
Há três horas atrás era um diamante em bruto
Agora um puto, nem luto
Ouço médicos a comentar o meu futuro
Crítica ou não
Só sei que é no coração
E não me lembro de nenhuma oração
Eu não percebo nada disto
Tanta gente a olhar para mim
De olhos postos a ver o meu fim
Mais perto há uma voz que se distingue
Segreda-me ao ouvido e diz:
Faz da vida um ringue
[Refrão]
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só falta um minuto para acabar o mundo
E eu explodi
Naquele quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consegui deixar nada no papel
Madrugo numa suíte VIP que alugo
Só falta um minuto para acabar o mundo
E eu explodi
Naquele quarto de hotel
A tentar encontrar inspiração
Mas não consegui meter nada no papel
Meter algo no papel
Explodi naquele hotel
Meter algo no papel
Mas fiquei sem nada no papel
Sem nada no papel
Explodi naquele hotel
Tentar meter algo no papel
Naquele hotel (x3)