I-MANIFESTO
Eu já o vi, tu já o viste, nós já o vimos
Ao lado do reverendo nas missas aos domingos
Ele pede-te p'ra ajoelhares com o dízimo
Fazendo-te humilhares anuindo que és um ínfimo
Faz de ti um pioneiro de primeira
Mergulhado nas suas mentiras verdadeiras
Porque ele avalia o teu valor como pessoa
Em função de certificados e diplomas
Ele é a força que gere o eixo do mal
Subjacente no vértice do pico piramidal
Tu comes o que ele vomita quando vais p´ra escola
No final julga-te intelectual
Ele armou a teia que chamas de sociedade
Onde tu estás encarcerado desde a tenra idade
Ele construiu o seu império de desordem
E tu és a pedra angular da sua nova ordem
Nada fazes quando rogas para aos céus
Porque foi ele que vendeu-te o conceito de um deus
Convertendo-te num ser binário limitado
Capaz de exercer a crença num Deus importado
A tua jornada laboral é um eufemismo para escravidão
Mas tu pensas que não
Pois ele põe-te cego nos astrais da ilusão
Onde tu és tão livres como um animal de estimação
II-MANIFESTO
Ele está ao teu lado sempre metendo a isca
Como códigos e instruções que segues à risca
Tu não precisas usar óculos, p´ra o veres
Ele está no código de barras de tudo o que ingeres
Ele vive camuflado no teu cerebral
Como o rosto do demônio na moeda nacional
Nunca tentes fugir dele será o cúmulo
Porque ele acompanha-te do berço ao túmulo
Ele coloca os políticos em disputas
Depois transforma os mesmos em prostitutas
Como os padres que ajoelham no santuário
Depois de blasfemarem o cordeiro no calvário
Entretém-te no cerco dos prazeres imediatos
Fazendo-te crer que o que eu digo são meros boatos
Dando-te suportes p´ra vazio que ele gera
Deveras Nas tuas veredas ele impera
Faz com que não te apercebas que tens um preço
Mas volta e meia compra-te a alma pelo excesso
Com fantasias de dólares, euros e kwanzas
Ele excita os sonhos latentes que inalas
Ele faz com que violes as tuas origens
Tal como os padres a molestarem crianças virgens
Tem cuidado pois ele estará a espreita
Até que o carregares consigo na mão direita
CORO:
Será que focas aquilo que eu foco
Ou simplesmente chama-me louco
Porque ao contrário de ti eu não me rogo
Uma vítima legítima do sistema em foco
CORO:
Ele está aqui, vês? Ele está ali, vês? Ele está aqui, vês?
Não tentes fugir porque ele está em ti